“Ena pá, já foi à um ano?” É verdade! Foi este o pensamento
quando me apercebi do dia de hoje: 12 de Setembro. E o tempo voa e parece que
foi ontem que começou a desencadear-se todo este processo que me levou à
condição actual de mãe.
Pois é, começou o processo hospitalar, um processo longo, por
vezes doloroso, bastante doloroso, mas cuja recompensa valeu bem a pena.
Ora, estava eu muito bem na noite de 11 de Setembro de 2012 a
fazer caminhada quando comecei a sentir pontadas na minha barrigona de
grávida. Mas continuei... ah pois é, que grávida não tem de ser desculpa para
não se estar em forma!! O pior foi depois... Chegando a casa e depois de ir ao
wc verifiquei um rosa que não me agradou. Liguei aflita ao Ginecologista que me
mandou estar no dia seguinte na Clínica para me observar... Ora, dia seguinte
aqui a moça foi á clínica em pânico e pelos vistos com motivos para isso. Cada vez
que me recordo da minha pessoa deitada na cadeira de observação e de repente o Dr.
vira-se e diz-me: “ Ai que estou a ver uma cama de hospital á sua espera!!” Não
quis acreditar!! Ainda no dia anterior tinha feito 30 semanas de gestação,
ainda era muito cedo, ainda faltavam 70 dias, mais de 2 meses, NÃO PODE SER!!!
Mas foi!!
Da clínica fui logo de reboque para o Hospital de Santa Maria
(HSM) aflita com um cenário que não devia estar a acontecer. Ora parece que o
piqueno mal deu a volta achou que era para sair... NÃO ERA OK???? Resultado:
Colo do útero aberto e já com a dilatação a começar!! Caraças pá, não devia de
ser!!!
Chegada ao HSM mais o maridão, observaram-me e tal, toca a ir
para a sala de dilatação no piso onde se fazem os partos. Stressei ÓBVIO QUE
STRESSEI!!! Máquinas, fios, tubos, algália (sim, coisa HORROROSA!!), soro,
injecções para amadurecer os pulmões do bebé, injecções para atrasar o parto e
noite inteira em observação com contracções à mistura... E se custou a passar!!
Só pensava: ele não pode nascer!!
Vá lá, aguentou-se e no dia seguinte passei para o piso das
grávidas em repouso, e assim permaneci 2 semanas, só me levantava para comer e
ir à casa de banho... Era mau? Era, mas não havia outra hipótese. O bebé tinha
de permanecer dentro de mim até às 34 semanas, altura em que diminui
consideravelmente o risco de vida de um bebé que nasce ainda assim prematuro.
Pois, pensava eu que era mau...Durante estas 2 semanas o colo do útero abriu
mais e a bolsa começou a descair, até ficar (de acordo com os médicos) visível.
Eram exames constantes, 2 a 3 vezes por dia ouvíamos os nossos bebés através
dos CTG e eu de 6 em 6 horas medicação para ver se aguentava...
Ora pois, não aguentei... no dia em que fazia 32 semanas de
gestação o piqueno resolveu que a bolsa devia de estoirar... e lá vou eu
recambiada de novo (desta vez em plena madrugada) para o piso de cima, sala de
dilatação e ficar lá em observação.
Curioso, sabiam que podemos permanecer com a bolsa estoirada
sem necessariamente o bebé nascer? Pois, eu não sabia, e assim permaneci... Ele
não quis nascer nesse dia (e ainda bem, porque de acordo com os médicos, todo o
dia em que ele permanece na barriga da mãe é uma vitória!) e lá voltei eu para
o piso de baixo!! Ás tantas já era mais conhecida naquele hospital que sei lá o
quê!!
Bolsa estoirada cuidado redobrado... Antibiótico porque o
risco de infecção é ENORMEEEE e repouso absoluto... Isso mesmo, REPOUSO
ABSOLUTO!! E lá fiquei eu numa cama sem poder me sentar sequer... mas por um
filho fazemos tudo não é? Custou? Ai se custou!!! O pior foram as noites
passadas em claro a olhar pela janela com as lágrimas a escorrerem pela face,
mas por um filho fazemos tudo! Fiz reacção alérgica ao antibiótico intravenoso,
ao ponto de pedir para acabarem de vez com tudo, não aguentava... mas afinal,
por um filho aguentamos tudo...
Assim permaneci até ás 33 semanas e 2 dias... dia em que o
piqueno resolveu nascer!! Aí começaram as contracções de 5 em 5 minutos e não
houve nada a fazer senão nascer...
Mas se até aqui foi tudo doloroso, nesse dia, o parto, foi de
todo este processo o menos doloroso... mas isso merece um novo post noutro dia.
Merece sim aqui uma palavra de apreço a todos os profissionais do HSM que durante todo este tempo foram uma família para mim! A todos muito obrigada... são mais pessoas assim que o mundo precisa..
Merece sim aqui uma palavra de apreço a todos os profissionais do HSM que durante todo este tempo foram uma família para mim! A todos muito obrigada... são mais pessoas assim que o mundo precisa..
E foi assim que à 1 ano tudo começou....
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