quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

HOJE É: DIA DE MUDANÇAS EM LISBOA!

HOJE É: DIA DE MUDANÇAS EM LISBOA!




Pois é, a partir de hoje em Lisboa vai haver várias alterações, que aqui vou abordar, nomeadamente o facto de os automóveis com matrículas mais antigas passam a estar proibidos de circular entre as 07h00 e as 21h00 dos dias úteis no centro de Lisboa, a partir de hoje, devido às emissões poluentes.

            Antes de mais tenho de expressar a minha indignação por isso mesmo! Quanto a esta medida sinto-me numa ambiguidade extrema! Porquê? Porque apesar de as medidas adoptadas terem como principal fim a conservação do meio-ambiente, e quanto a isso sou totalmente a favor (até porque dá-me jeito respirar), certo é que nos tempos em que correm a altura não é a mais correcta, senão vejamos: Ora como pode o português, mediante a crise que atravessamos, mudar de veículo, só porque a data de matrícula é anterior à permitida? E fica assim privado de poder circular em Lisboa por não ter dinheiro para tal? Não me parece! Como tal considero esta medida injusta e inadequada à nossa realidade, ainda que aplicada por motivos válidos. Estou a ser confusa? Esta medida também o é.




De acordo com a Câmara Municipal de Lisboa, e com um comunicado emitido pela mesma, o problema da qualidade do ar nas áreas urbanas é uma questão que tem vindo a merecer cada vez maior atenção por parte das entidades comunitárias e do governo português. Em 2008, a nova Diretiva Quadro Europeia da Qualidade do Ar (Diretiva 2008/50/CE) fixou os objetivos e parâmetros da qualidade do ar de forma a reduzir, prevenir e evitar os seus efeitos nocivos para a saúde humana.

A transposição, dois anos depois, para a legislação nacional (DL nº 102/2010, de 23 de setembro), e a necessidade de cumprir os valores-limite de concentração de poluentes, já tinha dado origem ao Plano e Programa de Execução da Melhoria da Qualidade do Ar para a região de Lisboa. Uma das medidas previstas que se exigia concretizar em Lisboa era a introdução de uma ZER.

A não observância, reiterada, dos valores limites de concentração de poluentes na região de Lisboa - onde o eixo da Av. da Liberdade/Baixa apresentava os piores resultados – conduziu a Comissão Europeia a instaurar um processo judicial contra o Estado Português no Tribunal de Justiça Europeu.


SABIAM QUE…

Foi há cerca de três anos que a Câmara de Lisboa avançou com a primeira fase da ZER, que tornou ilegal a circulação no coração da cidade de veículos anteriores a 1992. Logo no ano seguinte, as regras tornaram-se mais apertadas: na Baixa e na Avenida da Liberdade passaram a poder circular apenas veículos construídos a partir de 1996 e foi criada uma segunda zona, com restrições para pesados e ligeiros anteriores a 1992.

E quais foram afinal os resultados alcançados com estas medidas?

De acordo com um estudo realizado por uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, há já evoluções positivas a registar ao nível da qualidade do ar que se respira na cidade.

Com a ZER, diz o coordenador dessa equipa, as emissões de partículas inaláveis (PM10) caíram 20% entre 2011 e 2012, e as emissões de dióxido de azoto (NO2) desceram oito por cento.

Até à data, segundo o comandante da Polícia Municipal, foram levantados “poucos, muito poucos autos de contra-ordenação” a automobilistas em situação de incumprimento na ZER, tendo as coimas o valor de 24 euros. “É muito difícil fazer a detecção de matrículas uma a uma”, justificou André Gomes, salientando que o processo será muito facilitado quando for introduzido um sistema electrónico de leitura de matrículas, sistema esse que se prevê que seja em breve implementado, acrescentando que “o que interessa não é perseguir, é garantir que temos uma maior qualidade do ar”. 

Ok, teve um bom impacto ambiental, mas será que alterar as datas de matrícula nesta altura será a medida mais correcta? Podem facilmente observar nas estradas portuguesas imensos carros com data anterior a 2000, pelo que vai ser difícil por certo…

Ora mas vamos então espreitar a medida?




Aqui fica:
PRINCIPAIS MUDANÇAS:




As restrições de circulação para os carros com matrículas anteriores a 2000 dizem respeito à zona 1, que vai do eixo da Avenida da Liberdade à Baixa (limitada a norte pela Rua Alexandre Herculano, a sul pela Praça do Comércio e abrangendo a zona entre o Cais do Sodré e o Campo das Cebolas).




Já os carros com matrículas anteriores a 1996 ficarão impedidos de circular na zona 2 (definida pelos limites Avenida de Ceuta, Eixo Norte-Sul, avenidas das Forças Armadas, dos Estados Unidos da América, Marechal António Spínola, do Santo Condestável e Infante D. Henrique).


Estas restrições de circulação enquadram-se na terceira fase das Zonas de Emissões Reduzidas (ZER). A segunda fase foi implementada em 2012 e a primeira criada em 2011.

As EXCEPÇÕES a estas restrições abrangem veículos de emergência, de pessoas com mobilidade condicionada, históricos (que estejam certificados pelas entidades oficiais), movidos a gás natural e GPL, de polícia, militares, de transporte de presos, blindados de transporte de valores e motociclos.

Os veículos com dísticos de estacionamento de residente das zonas 5 (Avenida da Liberdade), 12 (Chiado) e 13 (Baixa) poderão circular na zona 1 e os automóveis pertencentes a residentes em Lisboa poderão circular na zona 2.


Além disso, os táxis terão um período de excepção, entre hoje e 30 de Junho. A partir de 01 de Julho, apenas os táxis com matrículas posteriores a Julho de 1992 poderão circular nas zonas 1 e 2.

Um ano mais tarde, em Julho de 2016, os táxis com matrícula anterior a 1996 deixam de poder circular na zona 1. Em Julho de 2017, as regras aplicadas aos veículos em geral passam a aplicar-se também aos táxis, ou seja, na zona 1 só podem circular carros com matrícula posterior a 2000 e na zona 2 posterior a 1996.

MANEIRA DE “CONTORNAR”

As restrições são impostas pelo ano da matrícula do automóvel, no entanto carros anteriores a 1996 ou 2000 poderão circular nas zonas restritas caso tenham instalado equipamentos de redução de emissões, homologados pelo Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT), que deverão possibilitar pelo menos o cumprimento da norma de emissões mínima requerida.      

            Resta saber é se esses equipamentos de redução de emissões são caros ou não, e saber se vale o custo para os instalar…

            Espero que tenha ajudado a que fiquem esclarecidos, e boa viagem pelas ruas da nossa capital…


Fiquem bem! Até já!

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