Hoje resolvi escrever sobre um assunto mais sério…
Pois é, sinto saudades… saudades de quando somos crianças, da ingenuidade, da irreverência, da verdade. Essencialmente da verdade. Ok, por vezes cruel, crua, fria, mas que no fundo faz falta a este mundo. Hoje ouvi uma criança perguntar: “Mãe, porque é que os adultos mentem?” Lá está, a verdade que nos bate de supetão e nos deixa sem resposta… A minha vontade? Foi de continuar a perguntar: “Sim, porque é que as pessoas mentem, ludibriam, crescem assim, e são tão difíceis de entender?”
Noutro dia em conversa sobre este tema com uma amiga ela dizia-me: “As pessoas? As pessoas são todas uma filhas da puta!!” E não é que é isso mesmo. As pessoas são todas umas filhas da puta sim. As pessoas são mesquinhas, vis, interesseiras… Vive-se num constante jogo de interesses em que as pessoas somente servem quando se pode retirar algo delas, em que nos é mais fácil ludibriar, apontar o dedo, e usar o outro. Ok, talvez seja fruto da sociedade de hoje que tem os valores todos trocados. Deveria ser dado mais valor aos sentimentos, ao riso, ao próximo enquanto ser com falhas e defeitos mas que é sempre um ser.
Porque é que temos que viver num mundo de mentiras? Porque é que temos de viver num constante uso e deita fora? Porque não aprendemos que se deve consertar, cuidar, valorizar? A sociedade faz-nos máquinas em constante preocupação com coisas fúteis, e obriga-nos a deixar de apreciar as coisas boas da vida. À quanto tempo tu não páras a ver o pôr do sol? Ou à quanto tempo não páras para apreciar um arco-íris? E aprecias um jardim florido? Ou que te riste com o fazer das bolas de sabão?
Tudo bem, generalizei! Nem TODASSSS as pessoas são assim… Mas cada vez mais sinto que nos retraímos de dizer a verdade para não magoar alguém, ou para se poder algum proveito deturpado dos valores que nos deviam guiar. Falta-nos tomates!! Sim, para fincar o pé, nos insurgirmos contra o que não concordamos, de chutar o balde…
Atenção, nada de politiquices, falo no geral, na nossa relação diária com todos…
Ai que saudades que eu tenho da inocência de ser criança, de quando nos era permitido fazer as perguntas assertivas na maior das inocências sem sabermos as consequências… Quando era fácil dar uma gargalhada porque sim, quando subia ás arvores e pensava que podia mudar o mundo… Quando nos era permitido sonhar a sério, assim de acreditar que as fadas existem, e que podemos voar se acreditarmos muito…
Sim, talvez seja o síndrome do Peter Pan que se esteja a apoderar de mim e que me faça pensar assim. Mas se assim for, então deixem-me ser criança, deixem-me sonhar, deixem-me gargalhar… e acima de tudo deixem-me viver num mundo onde o jogo do interesse não prevalece e onde todo o ser humano é tratado com respeito…
Utopia? Pode ser, mas no fundo, bem no fundo só peço: Deixem-me ser criança! Deixem-me viver num constante aprender, num constante questionar… E que não tenha medo de questionar, porque no dia em que deixar de o fazer significa que morri…
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