sexta-feira, 14 de março de 2014

DEVANEIOS E DESABAFOS: O PRIMEIRO BEIJO BY FEFA

         
            Ele sempre tinha sido aquela figura simpática e amável que cumprimenta na rua, acena, diz olá e transparece aquela alegria e felicidade contagiosas que geram aquela inveja “boa”. Mas o seu sorriso era o seu maior trunfo! Lindo! Maravilhoso! Rasgado!...Bolas, era impossível ficar-lhe indiferente!...Mas a minha cabeça andava tão perdida, a acompanhar um corpo errante e insatisfeito, que nem aquele apelo (distante e pontual, bem sei), parecia fazer-me despertar para um novo e infinito conjunto de possibilidades!....
               Sem ainda saber porquê, muitas vezes evitei o nosso confronto, a troca de olhares ou de palavras. Muitas vezes me esquivei das suas tentativas…Não havia razão lógica para tal e no entanto, ali estava eu a inventar desculpas ou a alterar os meus próprios passos para que a possibilidade de nos olharmos não acontecesse, para que eu não voltasse a vislumbrar aquele sorriso envolvente e aquele olhar penetrante e indagador.
          Mas fruto do destino, de uma vontade encapotada ou sei lá do quê!, num final de Inverno em que o frio aperta mas o sol já sorri e já desafia, aquele sorriso mostrou-se tão lindo quanto terno, tão maravilhoso quanto apelativo, tão rasgado quanto certeiro!...Dessa consciência, à vontade de estar na sua presença mais vezes e de forma mais próxima, foi um ápice!...
               Sucederam-se os cafés tomados à pressa, na urgência de nos vermos, sentirmos os nossos cheiros ou, pura e simplesmente, nos perdermos nos olhos um do outro,...os almoços, no intervalo do trabalho, em que a conversa era trivial mas prazeirosa, em que a vontade de nos conhecermos efetivamente era por demais evidente e em que eu, numa vergonha injustificada e pueril, me escusava a enfrentar o seu olhar brilhante, vivaz e pleno de alegria de viver!...Sem saber, tinha medo que aquele olhos e aquele sorriso me levassem para longe, para uma viagem sem retorno. Agora?... Perguntava-me eu…porquê?...O que é isto?...Por que não o consigo enfrentar de frente?... Sem medos?...Por que pressinto tanto com tão pouco?...Por que não fujo (enquanto é tempo)?...
        Conhecia-o há uma vida. Brincámos juntos!...Passeámos com os nossos pais!...Fizemos piqueniques!... Fomos à neve!...Andámos de mãos dadas…Sempre o tinha achado um lindo rapaz, bonito, simpático e com uma fonte de energia inesgotável e, ainda por cima, transbordante de alegria!!!!...Porém, nunca o meu coração o tinha levado a sério, nunca a minha pessoas conhecera o seu interesse juvenil por mim (só tantos anos mais tarde revelado). Por tudo isso, pela amizade que havíamos preservado toda uma vida, impunha-se agora a pergunta: O que era “isto” agora?????


Mas “aquele” primeiro beijo, inesperado, improvável, inusitado mas, ao mesmo tempo, inevitável, desejado e imaculado, aqueles lábios forrados de veludo e com essência de baunilha e natas frescas, elevaram-me para uma para-realidade desconhecida, para um paraíso longínquo, mas agora trazido até mim por essa via… Naquele momento, o mundo lá fora parou, o ruído virou silêncio, o vento transformou-se em brisa e o sol incidiu nos nossos corpos num calor morno, cálido e envolvente que derreteu qualquer possibilidade de resistência…Aquele beijo aconteceu e chegou, num ápice, aos nossos corações…Fez-nos desejar a perpetuação daquele enlace…
              
              Temos que ser verdadeiros com os nossos corações…devemos ser, pelo menos e a partir desse momento, a verdade é que não só as nossas bocas, como os corpos, as nossas almas se mantiveram juntos para sempre…Ele passou a ser o meu amor, o meu homem, o meu companheiro de todas e quaisquer horas, o meu ombro amigo, o meu confidente, o meu parceiro de todos os projectos, de todos os passeios, de todas as férias, de todas as escapadelas…
           Quem viu de fora, diz que um amor tão fulminante não é real, não é possível, ninguém acredita!...Num ato de pura loucura ou de absoluto amor, fiz as malas, arrumei os meus pertences, peguei nas chaves do carro e rumei para ele, não sem antes lhe comunicar que ia deixar toda a minha vida de sempre para ir ao seu encontro, ao que ele, com aquela voz entusiasmante mas, ao mesmo tempo serena, me respondeu: “também vou ao teu encontro, meu amor, é a ti que quero e é a ti que nunca mais vou largar…”.
            Nesse preciso momento, passou a ser verdade a minha máxima desde aí e que sempre dedico àquele sorriso que me apaixonou: “sempre tua, tua para sempre…”
          Mas sem desvalorizar tudo o resto, “aquele primeiro beijo” foi o grande responsável por esta tão grande mudança nas nossas vidas…a acendalha, a ignição, o condutor da paixão que, naquele preciso momento, começou…
               Obrigado, meu amor, por teres “aparecido” na minha vida e por me fazeres tão feliz.
                  Obrigado por me permitires que acorde todos os dias a teu lado e que eu sinta a nossa união como única e insubstituível.
                  Obrigado por me agarrares, por me envolveres e por me beijares até à exaustão.
                Obrigado por seres como és e por me amares da forma que só nós dois sabemos.
          
                   Ao nosso primeiro beijo, se bem que tantos outros já lhe sucederam….

                                                                                    Fefa

                                                                                    13-03-2014

2 comentários:

  1. Amor do meu coração, as tuas palavras enchem-me de felicidade e fazem de mim o Homem mais afortunado deste mundo.

    Obrigado por existires e fazeres parte da minha vida desta forma tão intensa e tão maravilhosa.

    Um enorme beijinho de quem te pertence e te quer por toda a eternidade,

    Victor Campino

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