HOJE
É: Dia dos Avós!
Este dia toca-me profundamente,
tanto o é que confesso a dificuldade em escrever este post… Não porque não sei
o que dizer, mas pelo contrário, o tanto que há para contar! Tanto e tanto que
ficou por dizer e fazer… E este aperto no peito que corrói, e a lágrima que
teima em escorrer pela face, mas já vamos por aí… Agora um pouco de história:
UM POUCO DE HISTÓRIA
No Brasil e em Portugal
comemora-se em 26 de julho, tendo sido esta data escolhida em razão da
comemoração do dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus
Cristo.
Conta a história que, no século
I a.C., Ana e seu marido, Joaquim, viviam em Nazaré e não tinham filhos, mas
sempre rezavam pedindo que o Senhor lhes enviasse uma criança. Apesar da idade
avançada do casal, um anjo do Senhor apareceu e comunicou que Ana estava
grávida, e eles tiveram a graça de ter uma menina abençoada a quem batizaram de
Maria.
Devido à sua história, Santa
Ana é considerada a padroeira das mulheres grávidas e dos que desejam ter
filhos. Ana morreu quando Maria tinha apenas três anos. Maria cresceu
conhecendo e amando a Deus e foi por Ele a escolhida para ser mãe de seu filho
Jesus Cristo.
São Joaquim e Santa Ana são os
padroeiros dos avôs e avós.
Ora, os avós são o “estraga-crianças”!
São o quê???!!?? Isso! Ou não são os avós que enchem os netos de mimos, que os
deixam fazer tudo, que os enchem de presentes e afins?? De acordo com os mesmos
os pais servem para dar educação e eles para dar o mimo… Ora, agora que sou mãe
vejo o quanto isso é verdadeiro e difícil! Obrigada pais por não me terem
deixado estragar com os mimos dos avós! Espero conseguir fazer o mesmo bom
trabalho que vocês.
Infelizmente já não tenho os
meus avós fisicamente comigo, mas acompanham-me no dia-a-dia, sempre presentes
nas mais variadas e pequenas coisas da minha vida… Foram eles que me ensinaram algumas
coisas que recordo com saudade imensa:
- O rapar bem o iogurte porque
existe tanta gente com fome e nós não devemos desperdiçar a comida (obrigada
avô Joaquim! Partiste cedo demais, fazes-me tanta falta, mas farei com que os
teus ensinamentos perdurem através do meu piqueno garanto!), a jogar uma boa
sueca e a aprender o valor das cartas (se não fosses tu como saberia que a
melhor de todas é o Ás??);
- Com a minha “Xandrina”
aprendi como se fazem os bolos de casamento (célebres ferraduras!), como se faz
pão, a rezar a Santa Bárbara quando faz trovões, e tanto mas tanto que não
acabava por aqui... ahhhhh, o mais importante: "Os homens são todos péssimos!
O melhor está à porta do Inferno a vender vinagre!!” Não consigo deixar de
gargalhar com a sabedoria da minha avó certeira! E se o meu avô era tão bom
para todos…
- A minha “Fina” que me mimou
tanto mas tanto com a paciência de me aturar nas férias grandes nos meses
infindáveis de praia… Ai que saudades!! Aprendi a lidar com as pessoas, a mexer
numa caixa registadora e a saber fazer trocos na sua mercearia… (e a ir
sorrateiramente ás caixas de bolos :) ) que pachorra têm os avós!
O meu Zézinho, o resistente :)
Foste o último a partir e tantos foram também os teus ensinamentos… Contigo
aprendi que um dos maiores e melhores prazeres da vida é ler (grande
ensinamento avô!), aprendi que muitas vezes o melhor é fazer ouvidos-moucos a
certas e determinadas coisas… aprendi que para nós mulheres é mais difícil vingarmos
nesta selva, pelo que para termos sucesso temos que trabalhar a dobrar… Aprendi
também que tomamos estas coisas (pilula) durante muito tempo e depois shit
happens… e tanto mais, mas tanto…
E as saudades apertam, e as
recordações vão indo e vindo, e é nestas alturas que vamos pensando bem na
vida! Confesso que o aperto no peito se prende essencialmente com o facto de
querer ter mais tempo e não poder ter. O ver que quando crescemos deixamos de
ter tempo, visitamos pouco, esquecemo-nos de pessoas tão essenciais na nossa
vida, que quando nos apercebemos já é tarde demais… Apercebi-me… à muito… e
agora é tarde demais… E as saudades apertam, e a vontade de voltar atrás no
tempo e ganhar tempo cresce, e o sentimento de culpa também…
Andamos todos demasiado
ocupados com coisas sem sentido muitas vezes… Quantas vezes com os meus
próprios pais poderia e deveria estar mais tempo e não estou? Porque esta
correria do dia-a-dia cansa, desgasta e nos tira o melhor que deveria de ser estar
com os nossos, do nosso sangue, quem nos amou, criou, mimou, e que nos amam sem
cobranças, mentiras ou interesses…
Ainda temos tanto que aprender…
Por enquanto somente digo: Até
um dia avós, estejam onde estiverem… Sinto a vossa falta.
Fiquem bem. Até já…
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