quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

DEVANEIOS E DESABAFOS: A AMIZADE by Fefa…


Falar sobre isto não é fácil e, nesta altura, dói que se farta. Falar sobre sentimentos tão grandes e transversais, é complexo e requer muita sabedoria. Disso não serei capaz. Mas falar sobre a amizade aos nossos amigos, deve ser mais fácil e entendível…espero...

Tive a ideia de categorizar os vários tipos de amigos que (quase) sempre temos: os amigos da escola, os amigos de infância, os amigos do trabalho, os amigos do coração, os amigos verdadeiros, os sempre amigos, os amigos de ocasião, os amigos da onça (seja lá o que isto quer dizer!), os amigos de uma determinada conjuntura…para já são destes que me lembro, mas muitos mais haverá…

Depois da época do natal e de uma altura em se apela aos mais elevados sentimentos de solidariedade, união, família e amizade, conclui que afinal, feitas as contas, contabilizadas as chamadas e mensagens que recebi, as pessoas que, voluntariamente me procuraram, para desejar, simplesmente, "feliz natal", "boas festas"  ou para me dizerem, tão só, "continuo a gostar de ti" , continuo a ter MUITOS amigos!! Mas qual não foi o meu espanto quando percebi que o conjunto de amigos que consegui "juntar" não era o mesmo grupo de amigos do ano passado em época igual, ou de outros anos anteriores!!!..... e comecei a sentir falta de A, B ou C, que fizeram silêncio há muito tempo e que, nem nesta altura, tiveram uma palavra para mim!..





 Mas, qual não foi o meu espanto, também, quando encontrei nesse novo grupo, gente tão querida e importante para mim, que só pelas circunstâncias da vida, há algum tempo não convive regularmente comigo e com os meus…e esses lembraram-se da importância de me darem uma palavra amiga, de me desejarem o melhor, não obstante qual a conjuntura em que me encontro ou deixo de encontrar…qual não foi o meu espanto quando senti a sua sinceridade, preocupação e sentimento de amizade genuína…qual não foi o meu desapontamento com tantos que me "esqueceram", me viraram as costas ou, muito simplesmente, me riscaram das suas vidas, porque fiz opções de vida, aparentemente puníveis no tribunal da amizade.


Penso que esta minha reflexão tem a ver, afinal, com aqueles a que podemos chamar "amigos da conjuntura" e não amigos da minha pessoa. Concluo, admito que, com alguma margem de erro, que alguns desses amigos apreciavam o meu enquadramento (a todos os níveis, devo dizer), mas não teriam especial sentimento/apreço pela pessoa que eu era e sou, que não me admiravam, com todos os defeitos e qualidades que certamente terei, que eu, por si só, não era suficiente e não represento qualquer valor acrescido nas suas vidas. Duro, não?




 Esta "verdade" deixou-me deveras triste e desiludida com a natureza humana daqueles que, eu própria, nunca suspeitei que pudessem não ser meus amigos. Como pude ser tão má avaliadora de caracteres?... Como pude achar que estes sentimentos eram total e absolutamente recíprocos? Como pude acreditar no pressuposto da incondicionalidade da amizade? No carácter eterno da mesma?


Nesta fase, não espero pelo milagre do "reconhecimento da amizade verdadeira", mas lamento pelos que perdi porque, por sua vontade, me deixaram. Lamento, mas não vou chorar. Lamento, mas não vou deixar que essa situação me entristeça mais. Lamento porque não seria capaz desse tipo de atrocidade. No entanto, parece-me boa opção acarinhar os que permaneceram (até agora muito poucos mas, pelos vistos, muito bons) e os que nunca me deixaram e se mantêm vigilantes face ao bem-estar e felicidade, mesmo que, aparentemente, distantes.

            Como disse no início, não é fácil falar destas coisas, nem tão pouco indolor, mas tinha de o fazer, quem sabe numa espécie de catarse de emoções relacionadas com esse tão vasto mundo da AMIZADE…Como sempre digo àqueles que considero meus amigos, eu estarei sempre aqui, nem sempre te poderei, conseguirei ou deverei ajudar, mas estarei presente, em pessoa, voz ou nas preces que por si, poderei fazer. E mantenho essa afirmação. A todos os que conservo no coração, um feliz 2014!...Aos outros, também!...

            O meu obrigado especial no último semestre de 2013, às minhas AMIGAS sempre presentes no meu dia-a-dia laboral, às que me acolheram, às que adivinharam os meus estados de espírito, às que só comigo partilham os seus "demónios", aos que estão longe, mas sempre têm uma palavra isenta, de conforto e de esperança. A todos estes, obrigado pela AMIZADE (em forma de sentimento puro), com que me presentearam. Não peço mais...  
  
                COM AMIZADE, BY FEFA….


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